Um ensaio sobre a lou(cura), o espetáculo reverenciou o centenário da Doutora Nise da Silveira: cientista, psiquiatra e revolucionária radicalmente contrária aos tratamentos psiquiátricos da época. Nise tinha no afeto sua força motora e adotava a arte como método de tratamento. Provocando a sensação aflitiva da clausura, as peças gráficas fechadas por fivelas, traziam as amarras de uma camisa de força. O conceito gráfico, no entanto, indicava o caminho de liberdade no emaranhado de olhares dos internos psiquiátricos que, juntos, transformavam-se em um potencial jardim, com botões de rosas prontos para florescer. A frase “Eu queria ser flor” dita por Adelina Gomes, paciente que, sob supervisão de Nise desenvolveu imenso talento para a pintura, foi o ponto de partida e essência desse conceito.